quinta-feira, 4 de outubro de 2018

A família cresceu, o Rafael chegou trazendo amor, só muito amor!



Tenho estado muito ausente do blog, mas tudo por conta da chegada do Rafael, o irmãozinho do Matheus que hoje está com 4 meses. A minha gestação do Rafael foi cheia de emoções e ao mesmo tempo muito saudável, com 15 semanas de gestação, perto do natal de 2017 descobrimos que o nosso mais novo amor tinha Síndrome de Down, ainda aqui na minha barriga tivemos a confirmação do diagnóstico.

Todos podem imaginar o nosso susto e desespero com a notícia né? Pois depois de tudo que passamos com o Matheus receber este diagnóstico não foi nada fácil! Chorei muuuito, briguei muito com Deus e com Nossa Senhora, pois de início eu não aceitava que o Deus que eu tanto amo pudesse estar "fazendo isso" comigo... Nossa, como eu pequei contra Deus e contra meu filho!

Foram dias, meses muito difíceis, cheios de incertezas e dor, mas aos poucos as coisas foram entrando no lugar e passamos a ver o nosso anjo Rafael como bênção que ele é! E nisso o Matheus seguia completamente alheio à chegada do irmão, ele não encostava na minha barriga, não dava moral quando falávamos do irmãozinho, nada que demonstrasse afeto por esse bebê, o que nos aflingia muito, pois tínhamos medo de como seria quando o Rafael nascesse, pois o Matheus seguia muito apegado e dependente de mim e do Artur.

No dia 24 de maio, dia de Nossa Senhora Auxiliadora, minha bolsa estourou e o Rafael nasceu, cheio de saúde e amor! Sim, ele tem Síndrome de Down, porém além da síndrome ele também tem um pai maravilhoso que faz tudo pelo seu bem estar, uma mãe babona e um irmãozinho louco por ele! Sim, o Matheus recebeu o Rafael de um jeito que ninguém esperava, cheio de cuidados, mimos, ciúmes do irmão e muito, muito amor!

Quando digo que Deus é bom o tempo todo é disso que falo, do amor, misericórdia e cuidade D'Ele comigo e com  minha famíla! Sei que muitos devem pensar: "coitada da Kamilla e do Artur, outro filho especial", outro??? Não, só temos o Rafael de especial, o Matheus é uma criança típica como qualquer outra, graças a Deus! E não precisam ter dó ou pena de nós, pois nós recebemos o Rafael como benção, como um presente especial que Deus nos deu, como se Ele dissesse: "toma este filho, pois em vocês eu confio!" é assim que o Artur e eu vemos o Rafael, um poço de amor, só amor!

E o Matheus hoje segue completamente apaixonado no irmão, cuidadoso, ciumento, ele não gosta que outras pessoas peguem o Rafael, pois o 'Uel" como ele diz, é dele, só dele! E toda hora é um tal de beijo, pegar, beijo que ninguém  aguenta, se deixar ele quer ficar com o irmão o tempo todo.

E tenho certeza em Deus que eles seram sempre assim, um pelo outro, pois o Matheus já demonstra o maior amor do mundo pelo irmão.

E o Matheus como está? Daquele jeito..esperto, custoso demais, inteligente, arteiro... cada dia aprendendo coisas novas, às vezes ele até me surpreende com coisas que nem eu sabia que ele sabia. Esses dias estavámos em Goiânia e passamos na MC Donalds e ele virou pra mim e disse: "mamãe hamburguer", eu olhei pro Artur e começamos a rir, como esse menino sabia o que é hamburguer?

Agora lá em casa tudo de errado que acontece foi o Rafael quem fez... "Matheus quem sujou o sofá de bolacha? O Uel!" . "Matheus quem derramou bolo no tapete? O Uel!", coitado do Uel, tá levando a culpa de tudo que acontece.... E eu acho isso ´máximo, mostra o quanto o desenvolvimento neurológico dele está bom, graças a Deus!

E assim seguimos, com a casa cheia de brinquedos esparramados, comida no sofá, banheiro molhado, papel de chocolate no chão e muito, muito amor por nossos filhos!



quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Matheus na escolinha.

Este ano colocamos o Matheus na escola, sim, ele só tem 2 anos e 11 meses e já está indo pra escola. Se dependesse de mim ele já teria ido há muito mais tempo, porém aqui só pega com esta idade, então vamos lá...

Sinceramente estávamos esperando que ele fosse dar milhões de "pitis" na escola, que ele seria titulado "o pitizento da turma", que iria chorar horrores, pois ele é muito apegado comigo e com o Artur e então imaginávamos que a adaptação dele seria muito difícil, porém, para nossa surpresa ele reagiu super bem, lógico que no primeiro dia eu tive que ficar lá com ele dentro da salinha por uns 40 minutos e sair fugida para que ele não percebesse que a mamãe estava indo embora e ele ficando "sozinho", mas logo que saí ele já estava enturmado e ficou tranquilo.Os próximos dias seguiram assim, ele meio desconfiado ao entrar na escola, não querendo ficar, o Artur e eu o enrolando lá na salinha e saindo quando ele estava já adaptado.

 Essa adaptação boa dele deve-se também as pessoas que ali estão, a tia Rose sua professora,  que é uma amor, a paciência em pessoa e as demais que a ajuda. É um ambiente tranquilo, onde o bem estar das crianças é o foco.
Ah, os coleguinhas também são um incentivo extra, ele está estudando com crianças que ele já conhecia, como o Luiz Feliphe e a Ana Laura, tem os priminhos Pedro Augusto e a Anna Luiza na mesma escola, então ele se sente familiarizado com as crianças, o que ajudou muito.

Agora a melhor parte: como o Matheus já mudou neste um mês de escolinha, como ele está mais sociável, mais enturmado, mais independente...isso mesmo, independente! Na primeira semana ele já surpreendeu o Artur e eu ao ficar brincando "sozinho" com outras crianças na festinha de um amiguinho, coisa que ele não fazia de jeito nenhum, antes tínhamos que ficar com ele o tempo todo pra ele brincar, não nos largava pra nada, agora nem lembra que nós estamos ali e brinca tranquilo.

Antes, quando íamos a restaurantes que havia brinquedoteca, ele sempre queria ficar por lá, mas sempre com um de nós junto, às vezes até de mãos dadas com ele, agora ele já fica lá sozinho. Sei que pode até parecer pouco, mas pra nós é uma conquista enorme do nosso filho. Essa dependência do Matheus com a gente é devido a fase que ele esteve doente, nós fizemos que ele se acostumasse em ter sempre alguém por perto, pois quando ele estava dando crises nós nunca o deixávamos sozinho, sempre tinha alguém o "vigiando" , pois tínhamos medo dele passar mal e nós não vermos, assim ele acostumou a nunca ficar sozinho.
Quando ele melhorou, parou as crises, que nós pudemos "respirar um pouco" e o deixávamos um pouco sozinho na sala ou no quarto para arrumar o banho ou a mamadeira dele, ele chorava desesperadamente ao perceber que não estávamos por perto, então essa dependência é nossa culpa. Por isso ficamos tão felizes com essas pequenas conquistas do nosso filho.

Semana passada estávamos na praça com o Matheus e a coleguinha dele Ana Laura chegou com sua mãe, na hora ele pediu pra descer da motoquinha e ir lá nela, eu perguntei se ele queria ir falar "oi" pra amiguinha e ele respondeu que sim, quando chegou perto dela ele pegou na sua mãozinha e a chamou para brincar, do jeito dele e ela o entendeu, meu coração se encheu de alegria, de ver meu filho tendo a iniciativa de chamar a amiguinha para brincar, pois antes ele só fazia isso com os priminhos que ele já era ambientado.
Na mesma semana estávamos no espetinho e chegou um casal de amigos com outra criança que o Matheus não conhecia, o Arthur, o Matheus estava com alguns brinquedinhos e o Arthur(a criança) pediu pra brincar, na hora pensei "isso não vai dar certo", pois o Matheus nunca foi de deixar outra criança brincar com seus brinquedos, era muito egoísta, por mais que o Artur e eu tentássemos ao máximo mudar isso, e não é que ele sentou no chão com o pequeno Arthur e ali brincaram "civilizadamente" por alguns minutos? Mais um ponto pra escola! Sei que isso é mérito da escola, da interação e divisão que ele está vivendo lá. Mas a verdade é, ficamos sempre muito gratos à Deus por cada evolução do nosso pequeno.

Agora semana passada ele começou na fono, isso mesmo, o filho da fono fará terapia com outra fono, pois dele não sou terapeuta, sou mãe e como mãe não sei separar bem os dois papéis, é necessário que outra colega estimule meu filho pra mim. Será outra fase de adaptação, confesso que estou também apreensiva, pois o Matheus é muito arisco com quem ele não conhece, mas estou pedindo à Deus que como foi na escola, que lá na terapia ele também me surpreenda. Ele fará fono porque ele está com "retardo de aquisição de linguagem", ele fala poucas palavras, palavras isoladas, quando já deveria estar falando frases. Então acredito que a escola junto com a fono irá o ajudar nisso. Mas isso veremos mais pra frente...

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

2 anos sem crises e muitos motivos para comemorar....

Ontem 16/01 fez dois anos que o Matheus não dá mais crises convulsivas. A última foi dia 15/01/2016 e de lá pra cá nunca mais, graças a Deus!

E o que mudou depois que as crises foram controladas, ou melhor zeradas? Tuuudo! O desenvolvimento dele deu um salto, ele passou daquela criança apática à uma criança "normal", alegre, sorridente, custosa, esperta... Hoje ele faz tudo que qualquer criança na idade dele faz, entende tuuuudo, se relaciona normal com a gente e com os demais, simplesmente tudo de acordo com o desenvolvimento normal da infância.

Semana que vem ele irá começar na escolinha, estou doida pra que isso aconteça logo, tenho certeza que será ótimo pra ele se relacionar com outras crianças e outros adultos que não os de nosso ciclo familiar e de amizade. Mas também tenho certeza que será bem complicado no início, pois ele é muito apegado a mim e ao pai, e ficar em um ambiente completamente novo sem nós, acho que irá gerar um certo desconforto pra ele.

E a fala do Matheus como está? Não está! Ou melhor, pouco está... ele fala poucas palavras, palavras isoladas ainda, e como fono isso me preocupa sim, mas sei também que isso é reversível e temporário, que com estímulos corretos e sistemáticos logo irá se resolver, e a escola irá ajudar muito nesse processo, pois a convivência com outras crianças faz isso.

Enfim, como diz o dr Raphael Steckelberg, neurologista do Matheus, a fala é só um detalhe hoje, o que importa é seu desenvolvimento geral que está perfeito! Ele sabe tudo, entende tudo, interage super bem, se comunica e se faz entender, então é isso que importa.

E que venha mais 200 anos sem crises e muitas peraltices, pois a mamãe estará sempre aqui para comemorar cada vitória e cada conquista do meu pequeno.

E viva o Matheus!